Encarnando Ronaldo Cunha Lima, a pedido de um amigo fiz esta "petição" em versos em favor da soltura de uma bola de futebol que, por mau comportamento de jogadores mirins, foi presa pela direção da escola onde estudam.
Arbitrando
uma questão,
Em
versos faço a defesa
Da bola
de futebol
Que há
dias se acha presa.
Pra
começar minha tese,
Não tem
sentido e razão
Uma
bola, no Brasil,
Ir parar
na detenção.
No país
do futebol,
Esporte
que nos consola,
Há muita
contradição
Em se
prender uma bola.
Essa
bola que está presa
Não
praticou ato mau;
Do
contrário, sofreu muito
Em muita
perna de pau.
Por
esquerda e por direita,
Já foi
muito mal chutada
E bateu
tanto na trave,
Que
quase fica quadrada.
Já foi
muito machucada
Se
chocando com canela.
Deram
tanto passe errado,
E quem
foi preso foi ela!...
Logo no
ano da Copa
No
Brasil, é com tristeza
Que uma
bolinha inocente
Encontre-se
agora presa.
A bola é
pra viver solta
E no
gramado rolar.
Ser
presa só por goleiro
Quando a
conseguir pegar.
Bola não
deve estar longe
Da
companhia do pé.
Já
pensou essa manchete:
“Bola
presa em Canindé!”
Cadê o
senhor juiz
Do campo
de futebol,
Que não
vem salvar a bola
E
trazê-la à luz do sol?!
Conservar
a bola presa,
Eu acho
um ato perverso.
Não a
defendo no pé,
Mas a
defendo no verso.
A bola é
pra viver livre
E subir
riscando os céus,
Descer,
sentar no gramado
E não no
banco dos réus.
Portanto, peço habeas-corpus
Para essa bola indefesa.
Que ganhe já liberdade
E nunca mais seja presa.
Afinal,
a bola é vítima,
A bola
nunca é culpada,
Principalmente
se ela
Todo dia
é mal chutada.
Por
isso, ao fim da defesa,
Por
pouco não volto atrás:
Presa, a
bola sofre muito;
Solta, a
bola sofre mais.
...
Em tempo: a defesa ganhou a causa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário