O poeta Natan Marreiro está entre os candidatos a Mestre da Cultura do Estado do Ceará, na edição 2013 do concurso. Pela sua longa trajetória como cordelista, confiamos que será um dos mais recentes colocados no rol dos artistas populares reconhecidos pela Secretaria de Cultura do Estado. Conheça um pouco da história desse poeta, autor do clássico do cordel "Eu sou o álcool"
O POETA NATAN
MARREIRO
Poeta Natan no balcão da Casa Marreiro, em Canindé |
Filho do poeta e folclorista
canindeense Raimundo Marreiro e de D. Laura Marreiro, o poeta JOSÉ NATAN
MARREIRO traz nas veias a vocação autêntica para a poesia. Seus primeiros
versos foram dados à luz quando o poeta contava apenas 16 anos de idade. Desde
então, sua trajetória como artista o tem colocado entre os melhores poeta
populares, com diversos trabalhos publicados, tanto na forma de folheto de
cordel, como em livros, jornais e revistas. Um de seus trabalhos mais
aplaudidos, é o poema “Eu Sou o Álcool”, em que o poeta relata os problemas
sociais e psicológicos advindos do vício da bebida. Outro trabalho seu, também
de cunho social, é o poema “É Triste a Quase Menina no Cabaré da Cidade”,
reeditado várias vezes.
Natan Marreiro recorda que um de
seus cordéis ganhou publicação nacional, na revista “Placar”, quando o
Flamengo, time do seu coração, conquistou o título de campeão do mundo. Em
outra ocasião, quando a seca assolava o sertão cearense, Natan fez em versos
uma súplica ao então governador do Estado, Virgílio Távora. O governador
atendeu ao pedido do poeta e enviou-lhe uma carta de reconhecimento.
Outro trabalho de amplo destaque
foram os versos que Natan Marreiro endereçou ao superintendente da empresa
Andrade Guierrez pedindo-lhe emprego. Com isso, o poeta ganhou na época o
prêmio de cem cruzeiros e seus versos foram publicados em uma revista de
divulgação da firma. Ainda utilizando a poesia como ferramenta de protesto,
Natan fez também uma carta endereçada ao presidente Lula, solicitando a
reconstrução da BR-020, no treco Canindé-Fortaleza. Lula respondeu à carta
parabenizando o poeta. Também a revista “Poltrona”, da empresa de ônibus
Itapemirim, estampou em suas páginas uma matéria sobre o poeta, bem como a
revista publicada na década de 90 pelo Banco do Nordeste do Brasil.
Nascido no dia 18 de março de
1939, Natan Marreiro é hoje aposentado como funcionário público estadual, tendo
trabalhado vários anos pela Secretaria de Educação, principalmente no Colégio
Paulo Sarasate, em Canindé. Atualmente, exerce o comércio, dando continuidade à
tradicional Casa Marreiro, fundada por seu pai, sendo uma referência do
folclore e das artes na cidade. Ali, Natan Marreiro mantém um verdadeiro acervo
de coisas do sertão e do nosso folclore, como a “Boneca Gilda” e o “Carrossel
do Vaqueiro”, ícones da nossa cultura e motivo da curiosidade de pesquisadores,
estudantes, poetas, emboladores, cantadores etc. Natan Marreio é também
artesão, com grande habilidade na manufatura de artefatos de couro. Um detalhe
que chama bastante atenção no interior da Casa Marreiro é a banca de vender
folhetos de cordel, a qual o poeta conserva sempre bem sortida de folhetos de
sua autoria e de outros cordelistas.
Apaixonado pelo forró de raiz,
Natan não perde oportunidade de mostrar seu excelente desempenho com a dança.
Por isso, recentemente ele foi tema de reportagem para a TV Diário de
Fortaleza. Também aprecia com muito gosto a cantoria de viola. Aplaudido como
grande declamador, é sempre convidado para participar de programas de rádio e
para palestras em escolas. Mesmo acometido de glaucoma, Natan não pára de escrever
seus versos, motivado sempre pela vida ao seu redor.
A mim, sua filha, a seu neto, Dimitri, o eterno amor, o eterno orgulho. Amamos você.
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