domingo, 7 de outubro de 2012


GRANDE DEBATE

VOTO BRANCO E VOTO NULO
NA CAMPANHA ELEITORAL


Autor: João Pajeú

Eu me chamo Voto Branco,
Ficha limpa e transparente.
Devido à desconfiança
– Com razão – de muita gente,
Eu lidero as eleições
No Brasil, daqui pra frente.

Eu me chamo Voto Nulo,
O nome já tá dizendo
Que não sirvo para nada,
Mas o povo está querendo
Em mim votar, por protesto
–  Já estou prevalecendo.

VB – Voto Branco não garante,
Não promete nem engana,
Por isso, sou preferido
De muita gente bacana.
Sou a melhor opção,
Digo sem bater pestana.

VN – Voto Nulo é preferido
Do eleitor revoltado
Com político desonesto
Que só tem papo furado,
É por esta e outras coisas
Que hoje sou tão cotado.

VB – Sei que sou aproveitado
Da contagem no final;
Porém, minha maioria
É a prova essencial
Que o povo manifesta
De insatisfação geral…

VN – O Voto Nulo é sinal
Da grande insatisfação
Do eleitor brasileiro
Contrário à corrupção
Praticada a toda hora
Por ficha suja ladrão.

VB – Eu chamo mais atenção,
Porque sou mais coerente.
Quem não acha candidato
Com proposta diferente,
Vota Branco, com certeza,
Que voto Branco não mente.

VN – Eu já sou mais eloquente
E muito mais radical,
Sou preferido dos jovens,
Se procurar no jornal,
Pode ver que estou ganhando
Na pesquisa eleitoral.

VB – Colega, não leve a mal,
Votar Branco é mais sensato.
Prefeito e vereador,
Com seu discurso barato,
Não me vence neste pleito,
Desafio o candidato!

VN – O povo é quem paga o pato
Quando vota em quem não presta,
E com dinheiro do povo
Vive só de fazer festa.
Diante de tanto abuso
Sou a opção que resta.

VB – É por mim que o povo atesta
Que goza do seu direito
De não votar em ninguém
Que depois de ser eleito,
Só quer se locupletar,
Principalmente prefeito.

VN – Por isso, agora no pleito
De outubro, dia 7,
Muito eleitor brasileiro
Votar no Nulo promete…
Eu, que não prometo nada,
O povo aprova e repete.

VB – Até mesmo na internet
Estão fazendo campanha
Em favor do Voto Nulo,
E quando a coisa se assanha,
Eu não quero nem saber,
É Voto Nulo quem ganha!

VN – Nossa descrença é tamanha
Que Voto Branco lidera,
Pois de quatro em quatro anos
O povo vota e espera
A solução que não vem,
Somente o roubo prospera.

VB – Tem político besta-fera
Que apodrece no poder
Enganando todo mundo
Sem jamais nada fazer
Em prol da população,
Isso eu já cansei de ver.

VN – Vote Nulo, com prazer,
Mostrando a revolta sua
Contra o roubo do dinheiro
Do povo que tanto sua,
E divulgue essa campanha
Seja no mato ou na rua.

VB – O Voto Branco insinua
Que o povo está consciente.
A mesma mídia que ajuda
Pedir o voto da gente,
É essa mesma que mostra
O ladrão na nossa frente.

VN – Por isso o povo, somente,
É quem de direito deve
Manifestar seu repúdio
O mais urgente, o mais breve,
E no dia da eleição
Nem votar, e fazer greve.

VB – Eu, porém, pego mais leve,
Pois o voto é consagrado,
Um direito democrático
Do cidadão preparado,
Por isso é que muita gente
No Branco já tem votado.

VN – Colega, estou do seu lado,
Mas repito, sou melhor,
Porque votando no Nulo
O povo sabe de cor
Que votou foi por protesto
A quem rouba seu suor.

VB – Eu não sei qual o pior
Candidato, não senhor.
Para prefeito, nenhum,
Demonstra que tem valor
Da mesma forma acontece
Votar pra vereador.

VN – Foi cassado um senador,
Grande cargo da Nação,
Por ter o nome envolvido
Em esquema de ladrão,
Por isso é que o Voto Nulo
Traduz nosso grande NÃO!

VB – Vejo agora o Mensalão
No Supremo ser julgado,
E são 38 réus,
Cada qual mais acusado
De roubar nosso dinheiro
E ninguém vai processado.

VN – Eu nunca fui enganado
Que mentira eu não engulo.
Comigo não tem porém,
Eu dou pinote, dou pulo,
Não desisto da campanha
De votar no Voto Nulo.

VB – Do meu lado, também bulo,
Minha parte estou fazendo,
Nós estamos quase empates
Pelo jeito que estou vendo,
Mas o voto de cabresto
Também tá aparecendo

VN – É o voto mais horrendo,
Contrário à Democracia,
Pois o voto de cabresto
É voto da tirania,
Irmão do voto comprado
Sem a menor garantia.

VB – Meu colega, esta porfia
Já vai chegando ao final.
Voto Branco não é certo,
Porém é o menos mal.
Não achando em quem votar
Lembrem de mim, pessoal.

VN – Somos iguais, afinal,
Somos votos de protesto…
Como tanto candidato
Eu sei que também não presto.
Vamos ver no dia sete:
Vote Nulo, o resto é resto…

2 comentários:

  1. CORDEL X VACUIDADE NO DISCURSO POLÍTICO


    A época que passa é caracterizada pela facilidade de acesso à informação universalizada. Justamente por isto, causa estranheza (pelo menos a este humílimo comentarista) a subjetividade que predomina na apresentação de propostas dos atuais candidatos a cargos eletivos no pleito que se encaminha. Todos, sem exceção, falam em lutar por, em melhorar,pedem um voto de confiança, mas não apresentam dados que fundamentem em que estado estão as entidades que merecem sua atenção e que nomeiam, abstratamente como o social, o esporte, a saúde, a educação. Muito menos dizem ou parecerem conhecer o alcance dos cargos que pretendem representar. E dados existem. Estão aí os portais com os quais o atual poder fedederal concretizou a democracia de forma que mais transparente não poderia ser. Perante tal estado de coisas, o poeta João Pajeú demonstra sua perplexidade, porque não acha candidato "com proposta diferente". Essa proposta seria a do candidato que fizesse seu dever de casa e dissesse claramente como prentende batalhar pelo social e por outra entidade abstrata que não seja concretamente o seu próprio patrimônio pessoal. Propõe-se, tais candidatos, a um realismo mágico em que não se sabe sobre orçamentos públicos, em que verbas públicas surgem por milagre na terra do poverello para socorrer suas propaladas metas, quando se assiste diaramente é o retorno de verbas federais mal ou não utilizadas. E onde estão as vozes dos pleitos passados que nada sabem a respeito? Não poderia ser mais atual o poeta JP, cujos versos de nenhuma forma se restrigem nem cantam uma situação localizada, mas predonimante em todas as esferas dos poderes nacionais. A máquina pública perdeu o passo com relação à informatização universal. Pode-se ate se chegar à posse de mandatos e exercê-los mal. Mas o fundamentos desses desmandos estão terrivelmente claros para o eleitor que queira ver.

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  2. Realmente, sábio escriba Sylvio Santos, grande parte dos candidatos a cargo eletivo não tem a menor noção daquilo que prometem em suas campanhas eleitorais. Fazem isto por falta de conhecimento de trato com a coisa pública.

    De outro modo, também uma grande quantidade de candidatos a cargos eletivos que faz estas promessas impossíveis com o único objetivo de se fazer o estelionato eleitoral, ou seja, eles têm noção de que não podem cumprir estas promessas e mesmo assim as fazem com o objetivo de conseguirem votos de eleitores que, mais tarde, se decepcionarão com seus candidatos em virtude do não cumprimento das promessas eleitorais.

    Ao mesmo tempo, eu sei que cada voto válido é muito importante para Democracia e um melhor futuro para nosso município.

    Votos Brancos e Nulos só beneficiarão os maus candidatos, pois precisarão de menos votos para se elegerem.

    O quociente eleitoral é calculado com base nos votos válidos. No caso de Canindé, divide-se a quantidade de vagas a serem disputadas na Câmara de Vereadores pela quantidade de votos válidos. Desta maneira, quanto menos votos válidos, menor será a quantidade de votos para se eleger um vereador.

    Por isso, apesar de ser muito difícil se escolher bons candidatos, não devemos votar nulo ou votar em branco, pois cada voto é muito importante, para que sejam eleitos os melhores.

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