quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

PAPAI NOEL X PAPAI NOEL



A lenda do Papai Noel é atribuída à figura de São Nicolau, que nasceu por volta do ano de 350 d.C., e ficou famoso por sua generosidade com as criança. Acreditava-se que na véspera do dia de sua festa, 6 de dezembro, ele trazia presentes para os pequeninos. Já a imagem de um senhor gordo, o bonachão e vestido de vermelho é tipicamente norte-americana. Segundo a enciclopédia Delta, em 1822, o pastor Clement Moore descreveu pela primeira vez o traje de peles e o trenó puxado de renas. No século 19, o cartunista Thomas Nast fez uma sériee de desenhos que estabeleceram definitivamente a imagem de Papai Noel. (Da FOLHINHA)

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Uma das figuras mais descaracterizadas que já se intrometeram no nosso folclore é o Papai Noel. O "bom velhinho" jamais se adaptará simpaticamente ao nosso meio. Estereotipado para nós, o Papai Noel é o símbolo do consumismo importado dos Estados Unidos e chega-se a tornar ridículo, com seu trenó puxado a renas desfilando principalmente pelas estradas esburacadas e veredas do nosso imenso sertão. O maior protesto que conheço feito ao Papai Noel está nos versos dos poetas Geraldo Amancio e Oliveira de Panelas, sobre o mote: "Trinta Milhões de Crianças / Sem Noel e sem Natal". Algumas das estrofes:

"Criancinha do mocambo
Teu Papai Noel não vem
Pra te trazer um He-man
Ou um boneco do Rambo
Quando você, por um bambo
Vê um no comercial
Deseja pegar o tal
Porém teme aos seguranças
Trinta milhões de crianças
Sem Noel e sem Natal

Ou Papai Noel, por que
O senhor nunca visita
O guri da palafita
Que procura e não lhe
Ouvi tanto de você
'Tudo pelo social'
Chegou seu tempo, afinal
Restam amargas lembranças
Trinta milhões de crianças
Sem Noel e sem Natal

Criancinha magricela
Cadê teu Papai Noel
Esse homem de papel
Que entra pela janela?
Será que pela favela
Papai Noel passa mal
Por pensar que o marginal
Rouba as suas alianças?
Trinta milhões de crianças
Sem Noel e sem Natal"


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