INÉDITO DE JORGE LUIS BORGES
Nosso colaborador Gerardo de Melo envia um curioso soneto cuja autoria é atribuída ao escritor argentino Jorge Luis Borges. O trabalho está inserido no livro A Ausência que Seremos, que é, “antes de mais nada, a ‘biografia’ escrita pelo filho do médico sanitarista colombiano Héctor Abad Gómez (1921-87), defensor de causas sociais e dos direitos humanos executado pelos esquadrões da morte que golpearam seu país nos anos 1980.
O título do livro provém do primeiro verso do soneto “Epitáfio”, atribuído a Jorge Luis Borges, que Héctor Abad filho encontrou no bolso do pai, pouco depois de seu assassinato.”
Ya somos el olvido que seremos.
El polvo elemental que nos ignora
Y que fue el rojo Adán y que es ahora
Todos los hombres y los que seremos.
Ya somos en la tumba las dos fechas
Sel principio y el fin, la caja,
La obscena corrupción y la mortaja,
Los ritos de la muerte y las endechas.
No soy el insensato que se aferra
Al mágico sonido de su nombre;
Pienso con esperanza en aquel hombre
Que no sabrá quien fui sobre la tierra.
Bajo el indiferente azul del cielo,
Esta meditación es un consuelo.
Tradução: Gerardo de Melo
EPITÁFIO
Já somos o esquecido que seremos.
O barro primordial que nos ignora
De que foi feito Adão e mesmo agora
Todos os homens e os que então seremos.
Já somos no sepulcro os dois momentos
Do princípio e do término, o caixão,
A mortalha e a nojenta abjeção,
Os ritos de morrer e seus lamentos.
Não tenho a insensatez do que se aferra
Ao mágico chamado de seu nome;
A esperança de alguém já me consome
Não saberá quem fui por sobre a terra.
Sob este imune azul do firmamento,
Nesta meditação consolo tento
Se existir alguma leitor interessando é bom dar uma olhada em:http://www.enfocarte.com/3.18/articulo.html
ResponderExcluironde se relata em que ocasisão o poema foi ditado, bem como apresenta o texto de mais quatro sonetos inéditos...
Tem uma sacro santa verdade em tudo isso....
ResponderExcluirEu amo quem escreveu sacro santa verdade...
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