SE VOLTARES
(Rogaciano Leite)*
Como sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que lhe corta,
Eu hei de ter minha alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.
Se voltares um dia à minha porta,
Tangida pela fome e pela bruma,
Em vez da ingratidão, que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de pluma.
E em troca dos desgostos que me deste,
Mais carinho terás do que tiveste,
E os meus beijos serão multiplicados.
Para os que voltam pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.
O ferro do machado que lhe corta,
Eu hei de ter minha alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.
Se voltares um dia à minha porta,
Tangida pela fome e pela bruma,
Em vez da ingratidão, que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de pluma.
E em troca dos desgostos que me deste,
Mais carinho terás do que tiveste,
E os meus beijos serão multiplicados.
Para os que voltam pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.
*Rogaciano Bezerra Leite nasceu São José do Egito, sítio Cacimba Nova, atualmente, município de Itapetim-PE, no dia 1º de julho de 1920 e faleceu no Rio de Janeiro, 7 de outubro de 1969. Foi jornalista e poeta. Conquistou o prêmio Esso de jornalismo. Como poeta, sua publicação mais conhecida é o livro Carne e Alma.
''Como sandalo humilde que perfuma o ferro do machado que lhe corta.'' belissimo.
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