terça-feira, 26 de abril de 2011

SONETO


SONETO 234 CONFESSIONAL 

Glauco Mattoso

Amar, amei. Não sei se fui amado,
pois declarei amor a quem odiara
e a quem amei jamais mostrei a cara,
de medo de me ver posto de lado.

Ainda odeio quem me tem odiado:
devolvo agora aquilo que declara.
Mas quem amei não volta, e a dor não sara.
Não sobra nem a crença no passado.

Palavra voa, escrito permanece,
garante o adágio vindo do latim.
Escrito é que nem ódio, só envelhece.

Se serve de consolo, seja assim:
Amor nunca se esquece, é que nem prece.
Tomara, pois, que alguém reze por mim...

2 comentários:

  1. Muito bom, parece costurado no meu corpo de tanto que dar certo pra mim.

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  2. Foi feito "ispicialmente" pra mim!!
    kkkkkkkkkkk

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