sábado, 8 de junho de 2013

Canindé realizou em seis de junho de 2013 a 3ª Conferência Municipal da Cultura. Durante o evento, um fato chocou o público, principalmente os poetas cordelistas. O trabalho intitulado "Canindé da lenda à realidade", de autoria de Gonzaga Vieira, foi criticado de modo veemente  por frei João Sannig, religioso franciscano de origem alemã. Sannig acusou o trabalho de Vieira de mentiroso. Como se trata de uma obra de ficção, a crítica do religioso só gerou mal-estar no público, notadamente entre os demais cordelistas que manifestaram nas redes sociais da internet sua solidariedade ao artista canindeense. Como desabafo, Gonzaga Vieira publicou em seu blog Variado Variando o texto que reproduzimos a seguir:

EM CANINDÉ, FICÇÃO VIRA MENTIRA


Por: Gonzaga Vieira

Antes de me ater ao assunto que irei tratar, gostaria de público, dizer do respeito e da consideração que eu, devoto ao frei Joãzinho Sannig, OFM, operoso e dinâmico sacerdote. Pois bem, por ocasião da 3ª Conferência Municipal de Cultura de Canindé, ocorrida na data de hoje (6/6) tendo como local o centro de treinamento do Convento de Santo Antonio de Canindé, durante tal evento, um dos oradores que compunha a mesa, tachou o poeta cordelista Gonzaga Vieira, de MENTIROSO. O tal destempero do historiador João Sannig foi após ler o cordel intitulado Canindé, da Lenda à Realidade, trabalho de cunho ficcional. Ele achou por bem ou por mal dizer que o autor faltou com a verdade.  Ora, senhores, desde que o mundo é mundo, que os escritores usam da ficção para narrar feitos heróicos ou circunstanciais. O cordel em tela conta a estória de um vaqueiro que achou uma pequena imagem no capinzal, levando-a para casa e acondicionando-a em uma mala. Eis que quando o vaqueiro retorna à mala para reaver o santo, o mesmo havia sumido misteriosamente! De imediato, ele retorna ao capinzal encontrando a mesma imagem do santinho no mesmo local de antes. Isso ele repetiu varias vezes, porém, o santo teimava em voltar. Depois de idas e vindas, o vaqueiro chegou a conclusão de que o santo gostava daquele local. Daí ele construir uma capelinha naquele aprazível local. Senhores, o relato aqui está em prosa, mas quem quiser adquirir o trabalho em feição cordeliana, poderá adquiri-lo com o autor do trabalho. O padre tem razão? Não vá o historiador além da história. Em outras palavras, não se pode botar os carros adiante dos bois! Fechando o assunto, o padre em questão continua gozando do meu apreço e da minha subida consideração! Paz e Bem.

Um comentário:

  1. Lamentável essa mania do Reverendo Frei João Sannig de se arvorar DONO DA VERDADE e guardião da HISTÓRIA de Canindé. O resultado disso é viver botando gosto ruim em tudo que se publica sobre este assunto, inclusive obras reconhecidamente de FICÇÃO. Caso do folheto CANINDÉ, DA LENDA A REALIDADE, de Gonzaga Vieira.

    Para os que não sabem, gostaria de informar que nasci há menos de tres quilômetros do famoso Serrote dos Três Irmãos, gigantescos monólitos de feição similar, que ficam na divisa dos municipios de Canindé com Madalena. Nasci e me criei naquele local, convivi com a geração mais antiga, e jamais ouvi dizer que ali, em tempo algum, existissem araras, sobretudo as chamadas CANINDÉS.


    Pois bem: em 1975 ocorreram estranhos fenômenos naquela região. Uma série de estrondos resultou no desprendimento de um bloco de pedra formidável, do alto do primeiro serrote, motivando o surgimento de uma cratera, uma caverna natural, de tamanho gigantesco, é claro. Visto de longe, o tal buraco lembra a furna de uma onça ou mesmo o ninho de uma ave, mas teria que ser de pterodáctilo pra cima, porque é uma cratera que cabe um TREM.

    Agora o nó da questão... No jornal O SANTUÁRIO, edição de uns quatro ou cinco anos passados, vi um artigo do Reverendo/historiador Frei João Sannig afirmando que aquele buraco existente no topo do serrote fora, no passado, um ninho de ARARA CANINDÉ, prova evidente de que as mesmas existiram em nossa região. Ora, senhores, a Araraúna Linné, de dorso azulado e peito amarelo, habita babaçuais ou regiões de várzeas. Quem deu nome ao rio e ao nosso município foram os descententes do Cacique CANINDÉ, da tribo dos Janduhys, que habitavam a distante capitania de Itamaracá. Como pode, então, nosso virtuoso sacerdote falar de VERDADE ABSOLUTA??!

    ARIEVALDO VIANNA

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