terça-feira, 5 de junho de 2012


AUGUSTO CALHEIROS: 121 ANOS


Hoje é o aniversário do cantor e compositor Augusto Calheiros, nascido no dia 5 de junho de 1891, em Murici, interior do Estado de Alagoas, apelidado de "A Patativa do Norte", pela sua voz afinadíssima e estilo peculiar de cantar, que o tornariam um dos cantores mais originais do seu tempo. Ainda jovem foi para Recife, Pernambuco, onde conheceu Luperce Miranda, tendo sido convidado a participar, como cantor, do grupo formado pelos irmãos Luperce (bandolim), João (bandolim) e Romualdo Miranda (violão), e mais os violonistas Manuel de Lima (que era cego) e João Frazão (Periquito). Por sugestão do historiador Mário Melo, o grupo passou a chamar-se Turunas da Mauricéia, em uma alusão ao governador holandês do século XVII, Maurício de Nassau. Sem Miranda, os Turunas desembarcaram no Rio de Janeiro (1927), com suas roupas sertanejas e chapéus de aba larga. Estrearam com muito sucesso no Teatro Lírico, em espetáculo patrocinado pelo jornal Correio da Manhã, cantando emboladas, cocos e outros ritmos ainda desconhecidos dos cariocas, apresentando-se depois, em várias ocasiões, na Rádio Clube. Como solista gravou canções sertanejas na Casa Edison, obtendo grande sucesso com os Turunas, no Carnaval do ano seguinte (1928), com a embolada Pinião, de autoria de Luperce Miranda, que não participou dessa gravação. No ano seguinte o grupo se desfez e o cantor passou a atuar individualmente, quando gravou na Odeon Saudades do Rio Grande, de Levino da Conceição e Nelson Paixão. Na Victor gravou (1933) Alma tupi e Céu do Brasil, lançando em seguida diversos discos, como Revendo o passado  (1933), e um de seus maiores êxitos, Chuà, Chuà, de Pedro de Sá Pereira e Ari Pavão. Foi contratado pela Victor (1945), gravando vários sucessos, como os sambas Senhor da floresta (1945) e Garoto da rua (1947), e as valsas Fatal desilusão (1947) e Dúvida (1946), esta de Luis Gonzaga e Domingos Ramos, além das músicas de sua autoria Célia (1945) e Bela (1945). No auge da popularidade, atuou ao lado de Durvalina Duarte, Jararaca, Ratinho e outros, na Casa de Caboclo, famosa companhia de espetáculos da Praça Tiradentes. Compôs Adeus Pilar e Pisa no chão devagar (1950), ano em que saiu da RCA Victor e passou para a Todamérica, onde gravou seu último sucesso, Grande mágoa (1952), de José Luiz e José Rezende, além de Meu dilema e Audiência divina (1954). Entre seus grandes êxitos estão também Ave Maria (1939), Caboclo vingador (1945), Prelúdios de sonatas (1946), Vida de caboclo (1946), Meu ranchinho (1946) e Serenata matuta (1952). Morreu na cidade do Rio de Janeiro, aos 64 anos, e foi enterrado em Garanhuns, interior do Estado de Pernambuco. 



Um comentário:

  1. Sempre ouço esse cantor de voz original no programa do Tonico Marreiro. Quase sempre minhas referências são literárias, quero dizer que algumas canções dele me evocam o Indianismo de José de Alencar (Iracema, O Guarani) demonstrando como essa tendência ressurgiu na mpb, depois de presente nos romances alencarinos e na poesia de Gonçalves Dias.

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