A TENTATIVA INFRUTÍFERA DE
CONCEBER O ABSOLUTO
Colaboração: Flávio Henrique
No capítulo do Bhagavad Gita sobre a Bhakti Yoga, o Avatar Krishna, uma encarnação divina, diz a Arjuna, o príncipe que era seu discípulo:
“(Considero melhores yogis) aqueles que Me adoram como o Ser Absoluto, Infinito, Imanifesto, Onipresente, Onipotente, Onisciente, Incognoscível, Incompreensível, Inefável, Invisível, Eterno, Imutável, Um e Tudo. Que, dominando os seus sentidos, conservam sempre o ânimo igual, respeitam todos os seres e se regozijam com o que é bom e belo, onde quer que esteja, desejando o bem-estar a todos, também esses chegarão a Mim. O caminho dos que Me reconhecem como o Absoluto e Imanifesto é muito mais árduo do que o caminho dos que Me adoram como Deus manifesto e possuidor de forma. A concepção do Absoluto, do Infinito, é a causa mais difícil para a mente finita do homem. É muito difícil para o visível conceber o invisível, o finito conceber o infinito. (...)”
[Bhagavad Gita: A Mensagem do Mestre. Tradução de Francisco Valdomiro Lorenz. São Paulo: Pensamento, 2006 - pp. 127-8.]
Também conhecido como A Canção do Senhor, A Sublime Canção ou A Mensagem do Mestre, o Bhagavad Gita é a essência do conhecimento védico da Índia e um dos grandes clássicos da literatura espiritual e filosófica do mundo. Em seu sentido literal, como a parte mais conhecida do Mahabharata (em sânscrito, A Grande Índia), a maior obra da literatura sânscrita e uma das mais importantes da literatura universal, contém os conselhos de Krishna (que viveu na Índia em torno do ano 3.000 A .C.) - a suprema personificação da Divindade - a Arjuna, seu confidente, amigo e devoto, procurando livrá-lo da inquietude e da perplexidade em que se encontrava, na iminência de uma guerra contra seus próprios parentes.
Gita quer dizer “canto”, e Bhagavad, o Bem-Aventurado, o Senhor. Poema indiano, de cunho filosófico e místico, data de 3.000 anos antes de Cristo e faz parte da vasta epopeia Mahabharata, aludindo alegoricamente à grande guerra que assolou a Índia no começo do Bramanismo. Trata-se de uma exposição da doutrina dos Iniciados e representa o esoterismo da religião bramânica.
A filosofia perene do Gita intrigou a mente filosófica do homem, tanto do Oriente quanto do Ocidente, a ponto de provocar as declarações mais entusiasmadas por parte de alguns de seus maiores pensadores, como esta, do filósofo, poeta e ensaísta americano Henry David Thoreau: “...Comparado com o Gita, o nosso mundo moderno e sua literatura parecem insignificantes e triviais”; ou definições consagradoras como esta, que lhe foi dada por Wilhelm von Humboldt (diplomata alemão, filósofo e fundador da Universidade de Berlim, que deu importantes contribuições à filosofia da linguagem, à teoria e prática pedagógicas e influenciou o desenvolvimento da filologia comparativa): “A coisa mais profunda e mais sublime de que dispõe o mundo”.
NOSSA LÍNGUA
Tabacudo Alesado, abestalhado, burro, atabacado, beréu: "Deixa pra lá, ele não vai entender mesmo, ele é muito tabacudo!" A palavra tem origem na BA.
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