quarta-feira, 21 de setembro de 2011

crônica


21 DE SETEMBRO – DIA DO RÁDIO

Pedro Paulo Paulino

Destaco a folhinha esta manhã e vejo que hoje é o dia do Rádio. A efeméride é, mais do que tudo, uma homenagem justa ao meio de comunicação de massa ainda mais popular. É provável que em toda a mídia o rádio ainda seja o campeão de audiência. A praticidade de um recptor de rádio (presente agora até nos telefones celulares) além do seu preço irrisório e sua manutenção quase de graça, faz do rádio o mais autêntio dos aparelhos de informação e entretenimento. Comparativamente, o rádio supera todos os outros instrumentos de comunicação a distância inventados depois dele. Um radinho de pilha, em qualquer lugar do mundo pode captar várias emissoras, sem os obstáculos enfrentados por outros equipamentos, como a carência de sinal de recepção, antenas externas etc.
Meu fascínio por rádio vem desde menino, um hábito herdado de meu pai, que era um ouvinte contumaz. Com ele aprendi a ouvir os melhores comunicadores da década de 80. No noticiário, a audiência imbatível era do Peixoto de Alencar, cujo slongan muita gente ainda recorda: “Peixoto de Alencar quando fala, o Ceará escuta”. Outro grande noticiarista, Cid Carvalho, ainda atua na radiofonia de Fortaleza. Pelo sucesso que fazia, parece que o Ceará inteiro combinava para ouvir de manhã o programa “Guajará no Varandão”, do Guajará Cialdini, a meu ver o maior apresentador de forró do rádio cearense em todos os tempos. A mesma dose de audiência repetia-se com os programas vespertinos de José Lisboa e Aurélio Brasil, verdadeiros ídolos do povão.
Giovana Paulino e meu antigo receptor
de ondas curtas, modelo Semp
E antes que a região do Sertão Central ficasse pulverizada de emissoras, principalmente através da Rede Uirapuru de Rádio, do ousado José Pessoa de Araújo, o que se escutava mesmo por aqui, além das emissoras da Capital, eram as rádios Difusora Cristal de Quixeramobim e a Rádio Tupinambá de Sobral. Lembro da expectativa com que o ouvinte esperava o programa “Seu Presente é Música”, nas tardes da Rádio Tupinambá. Os locutores dessa época eram verdadeiras estrelas. A vinda de um profissional desses de Fortaleza para uma cidade interiorana representava o que hoje significa a visita de um artista de TV. Eram todos locutores de excelente voz e comunicação atraente, fazendo cada um a seu modo o seu estilo de apresentar.
As emissoras de rádio estão presentes agora em quase todas as cidades do Estado. E há cidades com mais de uma rádio, a exemplo de Canindé onde operam duas emissoras AM e três FM. O número de emissoras cresceu bastante, mas admite-se que a qualidade do rádio que é feito caiu sensivelmente. O despreparo ou meramente a falta de vocação estão levando para emissoras interioranas uma safra de maus profissionais. O ouvinte sensível é comparável ao leitor sensível: ambos percebem a falta de traquejo de quem está comunicando por um meio ou pelo outro. Com preferência para o rádio AM, sou um consumidor voraz da programação diária de emissoras tradicionais no Brasil, o que me é permitido por um antigo receptor de ondas curtas e, mais recentemente, pela internet, com quem o rádio em boa hora fez proveitosa aliança. Do notíciário ao entretenimento, o rádio é um ingrediente no meu e no nosso dia a dia. Meu leitor amante do rádio há-de concordar comigo que aquela música que tanto nos delicia, quando tocada no rádio, tem um magnetismo muito maior. Viva o dia do Rádio!

3 comentários:

  1. Também sou um fã do rádio. Imagine-se o privilégio de ouvir emissoras em ondas curtas tais como a BBC de Londres, a Voz da Alemanha e outras da China e da Rússia, em um bom português, isso a qualquer hora do dia. Há também as brasileiras em ondas curtas. Pedro Paulo recomendou-me a Rádio Inconfidência, de Minas Gerais, que tem programação científica, especialmente sobre astronomia. Temos aqui no Ceará a AM do Povo, que tem um programa de excelente nível, das 9 às 11 da manhã, apresentado por Nonato Albuquerque, um homem reconhecidamente culto e inteligente. A mesma AM do Povo tem ainda, através do consórcio com a CBN de Brasília, um excelente noticiário. A FM universitária de Fortaleza, com uma programação musical em vários matizes. Da minha parte, recomendo a audição da FM Esotérica, no portal da Loja Esotérica Virtual, que tem New Age Music (música da Nova Era) o dia todo.
    Viva o rádio, especialmente por ser baratíssimo e acessível a todas as classes sociais, em qualquer lugar do Brasil.

    Flávio Henrique

    ResponderExcluir
  2. http://www.radios.com.br/aovivo/Humor-Radio/15641
    http://www.radios.com.br/aovivo/Copacabana-Radio-Web/16280
    http://www.radios.com.br/aovivo/Radio-MPB-90.3-FM/4217 e principalmente http://www.locutor.info/ são os meus favoritos. Fica a dica e também fico à espera de mais artigos sobre este maravilhoso invento da humanidade. Parabéns por este artigo

    ResponderExcluir
  3. Nestas homenagens dedicadas aos pofissionais do rádio, daqui deste espaço, transfiro as carinhosas manifestações dos meus seletos ouvintes para o céu, onde sen encontram os meus inesquecíveis incentivadores. Dentre outros, os saudosos Juarez Cruz Uchôa (Juju), locutor de timbre voz grave e metálico, português límpido, do Serviço de Auto Falante da Casa Cruz, em quem me inspirei, ainda criança seguir a carreira de comunicador.
    Meu pai, poéta popular Raimundo Marreiro, que me presenteou com uma amplificadora, quando eu completava 16 anos de idade, no caso, A VOZ DA CASA MARREIRO.
    Dr. José Pessoa de Araujo, que me deu a grande chance no rádio AM, RADIO UIRAPURU DE FORTALEZA, a famosa "Emissora do Pássaro", no dia 1º de Outubro de 1977. E, é claro, meu eternamente querido amigo Francisco Leonidas Vidal, o boníssimo "Bate Estaca ", (Oi meu nego! Como vais aí no céu?), além, é claro, a minha grande legião de qualificados ouvintes, dentre esses, o talentoso poéta Pedro Paulo Paulino, da região "campolina", como diria o Homerim.

    ResponderExcluir