JUSTIÇA DE SALOMÃO
Dois grandes cantadores do Nordeste discutem um tema bíblico. Louro Branco e Geraldo Amancio transformaram em versos a célebre “Justiça de Salomão”, história que se encontra no Livro 1 de Reis, capítulo 3, versículos 16 a 28 da Bíblia
LB: No tempo de Salomão
Duas mulheres tiveram
Dois meninos e quiseram
Com muita compreensão
Ir morar por união
As duas no apogeu,
Mas depois aconteceu
O maior dos empecilhos,
Durante a noite um dos filhos
Das pecadoras morreu.
GA: Morreu num pano abafado,
Além da mãe dar motivo,
Roubou o menino vivo
Botou o nenem finado.
Levou um anjo parado;
Trouxe um bebê se bulindo;
Foi chorando e voltou rindo,
Deitou-se e ficou calada;
A outra não notou nada
Porque estava dormindo.
LB: Quando o dia amanmheceu
Houve a teima do motivo
Da mãe do menino vivo
Com a mãe do que morreu.
Uma disse: - O vivo é meu!
A outra respondeu: - Não!
E já que nessa questão
As duas não se entenderam,
Pra decisão resolveram
Conversar com Salomão.
GA: Depois da declaração,
Consigo pensou o rei:
- Graças a Deus, eu já sei
Das duas quem tem razão!
E sem dar demonstração,
Interrogou com voz branda:
- Uma espada quem me manda,
Pra não desgostar quem veio,
Se parte o bebê no meio,
E cada qual leva uma banda!
LB: A mãe que estava errada
Por não ser mãe da criança,
Por fora, sentiu vingança;
Por dentro, não sentiu nada.
Aí falou descarada:
- A opinião foi bela!
Não sei a decisão dela,
De minha parte eu combino:
Pode partir o menino…
Nem pra mim e nem pra ela!
GA: A mãe para o rei confessa:
- Não cometa essa desgraça!
Peço por Deus que não faça
Uma coisa como essa!
Meu filho me interessa
Porque é com quem convivo.
Mas não existe motivo
De partir meu garotinho,
Pra não matar meu filhinho,
Entregue-o pra ela vivo!
LB: Disse o rei exatamente:
- Você ganhou na viagem,
Uma mãe não tem coragem
De partir seu inocente!
E você, inconsciente,
Vá sepultar seu pagão!
A falsa perde a questão;
A outra sai consolada,
Graças a supersagrada
JUSTIÇA DE SALOMÃO!
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