BIBLIOGRAFIA CANINDEENSE
Por: Silvio R. Santos
Por: Silvio R. Santos
Está a necessitar de pesquisadores o levantamento de uma bibliografia sobre Canindé, para além do escopo histórico. Além das já esperadas alusões em Cruz Filho , é preciso que se saiba que autores como Manoel de Oliveira Paiva, Rodolfo Teófilo, Glauco Mattoso, Otacilio de Azevedo, Pedro Nava e outros usaram como referência em sua obra esta comuna exclusivamente conhecida pela romaria franciscana. Isto tudo foi dito para que se chegue ao suíço Hugo Loetscher, que em seu O Mundo dos Milagres, salvo obras de somenos relevância, escreveu o único romance de envergadura tido e passado na referida cidade. Hugo esteve por aqui na década de setenta, e com as impressões que sofreu, logo depois desenvolveu a sua história, já dissecada em tese em universitária.
Capa da edição italiana |
O Mundo dos Milagres, que nos chegou em versão italiana, não possui no momento tradução para o português. Uma corajosa canindeense, radicada em Verona, fez essa singular descoberta e tem desviado algum tempo dos seus afazeres diários para lograr esse feito. Diz a autora de uma tese, disponível na Rede Mundial de Computadores, que Il Mondo dei Miracoli seria uma distopia, na mesma linha de Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. O que é uma utopia todos já sabemos, trata-se de um mundo de maravilhas, onde as coisas almejadas que nos faltam seriam possíveis, o exemplo mais conhecido é a obra de Thomas Morus. A distopia, portanto, é o seu avesso. É de se perguntar, se numa terra de ufanismo infundado esse caráter realista não teria sido um entrave para a divulgação de semelhante livro, repleto de ironia e realismo, até também por haver essa lacuna em Portugal, terra em que o autor morou por vários anos. Mas pela leitura dos capítulos já traduzidos é uma surpresa seguir a história pelas ruas familiares da cidade. É preciso que se diga que o cenário social mudou bastante para o que foi escrito durante e passando-se na época da ditadura militar. Para os jovens atuais vão soar estranhas coisas que eram corriqueiras, como carregar água para casa, numa época em que o encanamento do serviço de distribuição era apenas um detalhe de projetos do futuro. Mais detalhes podem ser vistos em: http://www.swissinfo.ch/por/topnews/
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