A chuva
alegra o Sertão,
Que se
mostra transformado.
A seca
já nem parece
Que por
cá tenha passado.
O
relâmpago provoca,
O trovão
responde em troca,
E a nuvem
dá seu recado.
Tem-se
notícia de chuva
Do Sertão
ao Litoral.
A natureza,
festiva,
Muda todo
o visual.
E, de
repente, este chão
Se
mostra em nova versão,
O céu
tingido de nuvens
Parece
enorme tecido
Nos
quatro cantos do mundo
Sobre o Sertão
estendido;
O sol,
que tão forte ardia,
Passa
atrás da nuvem fria
Estranhamente
escondido.
A chuva
vitaminada
Despejada
pela nuvem,
De um
momento para o outro
Fez
germinar a babugem.
Da terra
então ressequida,
Pequenas
formas de vida
Feito um
milagre ressurgem.
A fauna
se movimenta
Com mais
determinação.
As
incontáveis formigas
Passam
como em procissão...
Certamente
deve ser
Um modo
de agradecer
Pelas
chuvas no Sertão.
Mais
cheio de inspiração
Canta o
galo-de-campina,
Que
havia tempo calava
Ou
cantava na surdina.
Só ele
sabe, no entanto,
Que com
a chuva , seu canto
Perfeitamente
combina.
Na
correnteza das grotas
Passa
todo triunfal
Um
cururu desfilando,
Que, se
comparando mal,
Parece
alegre palhaço
Dentro
da lama e bagaço,
Em baile
de carnaval.
A flora
toda se anima:
O Pau-branco,
o Marmeleiro,
A Catingueira,
a Jurema,
Num
milagre verdadeiro,
Juntam-se
para acenar,
Verdejantes,
de invejar
O verde
do Juazeiro.
Foi
tanto sol, tanta seca,
Que o
nosso alegre Sertão
Ficou
triste, pesaroso,
Mas
esses dias se vão...
O céu
tornou-se bravio,
Viu-se
acender um pavio,
Era o
raio, era o trovão.
Era a
chuva que chegava,
Como nota
alvissareira.
De noite,
deu seu sinal
Cantando
pela biqueira.
Agora,
sim, meu Sertão
Pode
afirmar com razão
Ser a
terra hospitaleira.
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