domingo, 3 de julho de 2011

ALMANAQUE DE DOMINGO


UM FATO

Foto: A. C. Alves
Na tarde de segunda-feira, 27/6, agricultores fecharam a CE-257 que liga Canindé à Região Norte do Estado, chamando a atenção das autoridades das três esferas governamentais, sobre agilidade nas medidas que foram discutidas ano passado em relação aos assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Semace), Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) e prefeitura de Canindé. Líderes do movimento afirmaram que, se as reivindicações não fossem atendidas, os agricultores iriam ocupar outras rodovias do Município e até mesmo o prédio da Prefeitura de Canindé. Além da liberação de crédito para construção de casas populares, os rurícolas revindicam garantia de verba para construção de obras estruturantes na zona rual. Por falta de chuva não foi.

UMA ANEDOTA

O anedotário de Canindé está centrado nos últimos anos no Bunaco, personagem de uma presença de espírito admirável. No fim de sua vida, sua ocupação, além de proseador, era de cambista, pois andava pelo centro da cidade com uma caderneta debaixo do braço anotando as apostas do jogo do bicho. Estávamos no tradicional Posto Azul, quando uma senhora meio debochada entra, olha para o Bunaco e diz:
- Bunaco, sonhei com esse número: onze, treze. O que é?
Bunaco, com a calma de sempre, responde:
- Se não for hora do almoço, tá muito perto.

UM SONETO

Já se viu muito soneto exdrúxulo por aí, mas como este atribuído a Zé Limeira, o Poeta do Absurdo, duvido:

JUMENTO CARNAVALESCO
O jumento pastava no quintal,
Ciscando à procura de xerém.
Comeu o xerém e não se deu bem,
E como não se deu bem, sentiu-se mal.


Lá por fora passava um carnaval...
O xerém quis inchar dentro do papo.
O jumento correu dando sopapo
E gritando bem alto ao pessoal:


"Comi uma comida e me ofendeu!
Me ensinem um remédio para eu
Ficar bom desta doença, que eu tomo!"


Lhe ensinaram a saúde das mulheres,
O jumento tomou trinta colheres,
Vomitou o xerém para o Rei-Momo.

UM REPENTE

Do livro Quadra, Quadrado e Quadrão, de Wanderley Pereira, colhemos esta: “Durante uma reunião de violeiros no ‘Bar Jangadeiro’, em Fortaleza, da pequena assistência um cidadão insistia para que se glosasse em cima do seu mote: ‘É sem vergonha quem diz / Que o Brasil tem liberdade’. Raimundo Viana, de Aracoiaba, fez o seguinte registro entre os vários glosadores que se manifestaram:

‘Vou glosar seu mote agora,
Vou atender seu pedido,
Mas fique bem prevenido
Que eu jogo o corpo de fora.
Se um guarda passar na hora
Eu banco logo o covarde,
Dizendo essa autoridade
Me mandou fazer, eu fiz:
É sem vergonha quem diz
Que o Brasil tem liberdade.’”

UMA CURIOSIDADE

Este ano, o mês de Julho terá 5 sextas-feiras, 5 sábados e 5 domingos, fato que acontece uma vez a cada 823 anos.

UM PENSAMENTO

“Semeia um pensamento e colherás uma ação; semeia uma ação e colherás um

hábito; semeia um hábito e colherás um caráter; semeia um caráter e
colherás um destino.” (William Makepeace Thackeray, romancista britânico
nascido em Calcutá, na Índia, em 1811)


UM CAUSO

Do livro Cearálegre, de Plautus Cunha: “Contam lá em Canindé, que Miguel Carpina, certa ocasião andava descuidado por uma calçada, quando foi atacado por um cachorro que saiu de um jardim. O cão rosnava ferozmente e latia com furor, querendo morder o Miguel que, assustado, procurava se livrar do agressor quando apareceu a dona da casa e disse:
- Não tenha medo, seu Miguel, que este cachorro é capado. Miguel respondeu:
- Eu não tenho medo dos ovos do cachorro não, minha senhora, eu tenho medo é que ele me morda!

UMA HOMENAGEM

Ao poeta paulistano Glauco Mattoso, aniversariante do dia 29/6. Ele completou 60 anos e é um nome nacionalmente conhecido das letras brasileiras, autor de mais de quatro mil sonetos.

UMA IMAGEM

Precavida contra predadores, uma rolinha construiu
seu ninho num galho de mandacaru,
guarnecendo-se pelo exército de espinho do cactos

3 comentários:

  1. Falar em Glauco Mattoso, ele gentilmente respondeu às pertinentes indagações do Flávio Henrique, seria interessante postar como adendo...se não houver chegado, avise que eu envio de novo.

    ResponderExcluir
  2. Estou vendo a hora ser necessário os poetas cordelistas fecharem uma BR qualquer para o MINC pagar aquela merreca do prêmio Mais Cultura Patativa do Assaré.

    ResponderExcluir
  3. Esperemos que este mês seja mesmo especial e traga bons acontecimentos. A coincidência que oportunamente Pedro Paulo nos informa só tem a graça de ocorrer a cada 823 anos! Fantástico!

    É com argutas observações da natureza que se faz ciência! A inteligência da rolinha ao fazer seu ninho no cacto é uma evidência da sabedoria com que Deus dotou toda a natureza. Pode-se dizer que é mero instinto, mas como uma informação tão complexa se transmite aos descendentes por mera herança cromossômica, mediante mutações genéticas, é ainda um mistério para a ciência...

    ResponderExcluir