domingo, 19 de junho de 2011

ALMANAQUE DE DOMINGO


UM FATO

O fato que chamou mais a atenção nesta semana que passou, talvez não tenha acontecido na terra, mas no céu. O eclipse da Lua no dia 15 tornou-se um espetáculo que atraiu a curiosidade de milhares de brasileiros, principalmente no Nordeste onde o evento foi plenamente visto. Em grande parte do Ceará, o céu aberto propiciou a visibilidade do fenômeno astronômico. A previsão de eclipses, do Sol e da Lua, faz parte do conhecimento dos astrônomos desde a antiguidade. Já deve ter sido mesmo mais preciso esse tipo de estudo, do que o dos primórdios da Meteorologia. Um dos eclipses que entrou para a história ocorreu em 1919, quando cientistas ingleses se deslocaram até à cidade de Sobral, no Ceará, oportunamente durante um raro eclipse do Sol verificado no dia 29 de maio desse ano. Na ocasião, foi testado um dos aspectos fundamentais da Teoria da Relatividade, do cientista alemão naturalizado norte-americano, Albert Einstein. A importância desse feito científico ganhou repercussão em todo o mundo. Como homenagem, foi criado em Sobral o Museu do Eclipse. Sobre o assunto, é interessante visitar o site Einstein e o Eclipse de 1919, acessando o link: http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol6/Num1/eclipse.pdf

UMA ANEDOTA

Do seu livro CEARÁLEGRE, Plautus Cunha nos conta essa de Paula Ney, o poeta cearense que chamou a cidade de Fortaleza de “A loura desposada do sol”:

“O parto selou o fim de suas atividades acadêmicas na Faculdade de Medicina do Rio. Foi rerprovado nos exames finais ao 4º ano fracassando no ponto sorteado: obstetrícia.
A alguém que lhe perguntou se deixava a Faculdade, Paula Ney respondeu:
- Sim, meus amigos, saí pela porta da vida. Foi a minha derrota: morri de parto.
Doutra feita, o professor lhe pergunta:
- Como o senhor realizaria o curativo numa lesão aberta na cabeça de um paciente?
- Procedo à assepsia local, aplico iodo e uma gase na superfície.
- Errou, diz o lente. Em primeiro lugar, o senhor tem que proceder à raspagem do couro cabeludo.
- No meu caso, professor, o paciente é careca.

UM SONETO

OS ROLAMENTOS DO JUÍZO

(Arievaldo Viana)
O juízo do poeta é assentado
Sobre eixo, com esfera e rolamentos
Fabricando e polindo pensamentos
Nos poemas que sempre tem versado.

Tal processo depende do estado
Das marés dessa vida e até dos ventos
Se o atacam mazelas e tormentos
Tais problemas o deixam emperrado...

Tem poeta que corre para igrejas
Se o bolso, porventura, encontra liso
Ou talvez está farto das pelejas...

Sou Cristão e de Deus também preciso
Para não ocupá-lo, só cervejas
Me azeitam as esferas do juízo.

UM REPENTE

O cantador Luís Campos se encontrava numa cantoria de bar com outro parceiro, quando uma mulher entra pedindo esmola à assistência e aos cantadores. O poeta não perdeu o ritmo da cantoria e aproveitou o cenário para construir esta sextilha:

Ô coisa pra não dar certo
É esta que estou ouvindo:
Você vem pedir dinheiro,
Mas, por favor, vá saindo,
Vá pedir noutro lugar,
Que aqui já tem dois pedindo.

(Do livro “Gênios da Cantoria”, de Geraldo Amancio e Wanderley Pereira.)

UMA CURIOSIDADE

A primeira ambulância foi projetada em 1792 pelo barão Dominique Jean Larrey, médico de Napoleão Bonaparte, para retirar os soldados feridos do campo da batalha, sem aumentar os seus ferimentos. Larrey tinha a fama de ser um cirurgião muito eficiente. Certa vez, durante uma pequena batalha, ele amputou 200 braços e pernas de soldados sozinho. Juntamente com o médico-chefe do exército francês, Pierre François Percy, Larrey estabeleceu uma equipa de motoristas de ambulâncias com cirurgiões de campo e carregadores de maca. Cada divisão era equipada com 12 ambulâncias com molas de suspensão. Foram usadas pela primeira vez durante a invasão de Napoleão a Itália, em 1796-1797.

UMA FRASE

“Banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente, se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.” (Barão de Itararé)

UM CAUSO

Sobre postagem do blog na semana que passou, Arievaldo manda essa sobre o Prof. Farias:

“Tem uma ótima anedota do professor Eliúd Farias. Ele chegou a Canindé, salvo engano, trazido pelo nosso amigo Silvio Leite e teve que viajar ‘a trabalho’ para o vizinho município de Santa Quitéria. Na hora do almoço foi levado a um restaurante chamado URANO. Muito lhe encantou que o nome de um dos planetas do Sistema Solar fosse emprestado a uma casa de repasto nos confins do hinterland cearense. Após a refeição, procurou o proprietário do estabelecimento para parabenizá-lo:
- O senhor gosta de Astronomia? Percebi que botou o nome de um planeta no seu estabelecimento.
O homenzinho, limpando a mesa e recolhendo os pratos, não entendeu a princípio aquela abordagem repentina, mas saiu-se com esta:
- Num é pranêta, não, dotô... é pru causa de uma mina de ‘urano’ que tem aqui na região!”

UMA HOMENAGEM

Ao radialista, poeta e jornalista Tonico Marreiro, aniversariante do dia 17 de junho.



UMA IMAGEM

Ipê em floração na Vila Campos

2 comentários:

  1. Nas viagens que fiz a Sobral avistei diversas vezes esse museu do eclipse,que fica num recanto tranquilo daquela admirável cidade, mas não tive tempo de adentrá-lo. As provas sobre as teorias de Einstein estão sendo plenamente confirmadas ainda, agora por sondas em pleno espaço sideral.

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  2. Ótima idéia resgatar essa sextilha do Luiz Campos. Todas as vezes que vou a Mossoró vou direitinho ao bairro Lagoa do Mato, visitar o velho poeta. A casa, em estado de semi-abandono, tem um grande congelador na sala. É que Luiz foi bodegueiro, mas quebrou. Abri o congelador na esperança de encontrar alguma bebida. De fato, havia mesmo uns litros vazios e bastante roupa suja também. O bicho está desmantelado. Mas o bom anfitrião, percebendo a minha intenção. Saiu bem caladinho e voltou com tres cervejas numa bolsa de palha, isso as sete e meia da manhã. Grande figura humana, o Luiz...
    Ele também é autor dessa pérola:

    Eu nasci no Mossoró
    Me criei num "landuá"
    Tô servindo é de rebolo
    Pro cão derribar juá
    vim descobrir que sou gente
    de um tempim desses pra cá.

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