ETERNOS NAMORADOS
Wanderley Pereira
(Para Gracinha)
Lembro-me muito bem, e ao lembrar me comprazo
Daquele nosso encontro, em cúmplice ambiente:
Luzia em nosso olhar, parados frente a frente,
O fogo bom do amor, não aceso ao acaso!
E como se plantasse um grão de amor no vaso
Puro do teu, os dois, como ocorre à semente,
Foram crescendo junto, um d’outro dependente,
Até tornarem-se um, no peito umbroso e raso.
Assim chegamos nós, amando-nos sem preço,
Com aquele mesmo amor de jovens no começo
Aos dias da velhice, em sonhos transportados.
O corpo, apenas ele, exibe hoje as fadigas
Do tempo, mas as almas sempre mais amigas
São as mesmas dos dois eternos namorados!
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