segunda-feira, 12 de setembro de 2011

polêmica


CADÊ AS LUZES DA BASÍLICA?

Basílica de S. Francisco com a tradicional iluminação e hoje

No desfile cívico de 7 de Setembro em Canindé, o radialista e poeta Tonico Marreiro aproveitou o ensejo para reavivar um protesto que ele vem encampando há bastante tempo. Desde que foi retirado o conjunto de lâmpadas que decoravam o exterior da basílica de S. Francisco, Tonico começou a chamar a atenção pública para o fato que, no seu entender e no entender de muitos canindeenses, é uma verdadeira afronta à cultura religiosa da cidade. Segundo ele, a instalação dessas lâmpadas é uma tradição com mais de 80 anos e de lá para cá a basílica iluminada tornou-se um cartão-postal conhecido internacionalmente. “O Cânone 23, da Igreja Católica, adverte que uma tradição com mais de 30 anos vira lei e direito adquirido”, explica. Esse lembrete foi gravado na faixa que o próprio Tonico exibiu a centenas de pessoas que assistiram ao desfile do Dia da Pátria nas principais ruas de Canindé. Auxiliado por um amigo, Tonico desfilou com a faixa que também mostrava, de um lado, uma foto da igreja iluminada, e do outro, uma foto da igreja sem as luzes decorativas. Aplaudido por onde passava, o radialista deu várias entrevistas às emissoras de rádio locais. “Meu verdadeiro objetivo é chamar a atenção do pároco de Canindé, para que instale novamente as luzinhas que encantam milhares e milhares de romeiros”, explicou.
O protesto de Tonico foi atração no 7 de Setembro
A campanha encetada por Tonico Marreiro já conta com grande número de adeptos, defensores da manutenção dos costumes e tradições de sua terra. Dentre os defensores, encontram-se pessoas de reputação e importância na vida sócio-cultural da cidade. Até mesmo alguns religiosos posicionam-se a favor dessa campanha que a cada dia vem ganhando mais fôlego. Padre Neri Feitosa, por exemplo, assinou um editorial para a revista intitulada “SÚPLICA CANINDEENSE”, publicação que Tonico Marreiro lançou em outubro de 2010, com intuito de sensibilizar ainda mais a comunidade franciscana que está à frente da Paróquia de São Francisco das Chagas de Canindé. “Quem não tem cultura não dá valor à cultura”, escreveu Padre Neri na abertura de seu artigo. “Há 84 anos (1926), frades franciscanos criativos inventaram este agrado popular: a iluminação externa colorida da basílica como anúncio da Festa de São Francisco”, escreve o religioso, que tem vários livretos publicados sobre a história de Canindé.
Nessa revista, que Tonico publicou com esforço próprio e auxílio de amigos, há um elenco de fatos que, segundo ele, desgastaram de modo grosseiro as tradições e costumes do culto a S. Francisco em Canindé. De início, ele lembra que em 1956 foi abolido do novenário o hino que era cantado no recolhimento do painel. “Guardo comigo cópia de uma carta escrita pelo meu pai, o poeta Raimundo Marreiro, dirigida ao vigário da época, o qual não deu nenhuma resposta.”
Outro ícone da festa de São Francisco, segundo Tonico, eram as lamparinas que os fiéis levavam acesas nas procissões. “Ao longe, se via um verdadeiro rosário cintilante dentro da noite”, relembra. “Infelizmente, veio um vigário de longe e pôs fim a mais um dos nossos sagrados costumes. Enquanto isso, a Procissão do Fogaréu em Goiás, na Semana Santa, já ultrapassa os 300 anos.”
Revista de protesto lançada
por Tonico em 2010
Numa das páginas da revista veem-se fotografias das extintas rodas de fogo, que eram uma atração visual da festa de S. Francisco. Tonico também lamenta que o atual vigário frei João Hamilton tenha aposentado o sino antigo do Santuário. Segundo ele, todo canindeense tinha o hábito de ouvir ao meio-dia o sino repicar, com suas badaladas lentas, “como se fossem uma repetição da Trindade”. Bairrista confesso, Tonico ainda protesta contra a retirada do cruzeiro que havia em frente à basílica e que foi construído em 1872. E chama a atenção para os altares centenários que foram destruídos, a exemplo do altar-mor da igreja das Dores, o altar do Cristo Rei, na capela do Monte e o altar-mor da capela de Santo Antonio, no convento. “Esse altar, esculpido em cedro e desmontável, era obra de arte do século dezesseis e foi o primeiro altar da então matriz de S. Francisco. Onde se encontra essa peça preciosa?”.
A todas essas atitudes dos frades franciscanos, Tonico chama “páginas rasgadas da história do Canindé”. E questiona se em santuários como de Ouro Preto, Salvador, Olinda e Sabará, por exemplo, as tradições e os ícones da fé e da cultura são destruídos como vem acontecendo em Canindé. De todas esses fatos, Tonico Marreiro aponta como o mais agressivo a retirada das lâmpadas decorativas do exterior da basílica. Seu protesto é dirigido claramente ao atual vigário da paróquia de Canindé, frei João Hamilton. O assunto ganhou força e popularidade entre os canindeenses e é repisado na crônica que todo domingo é feita pelo radialista em seu programa “Fim de Semana com o Tonico”, na rádio Aquarela FM. Na internet, o apoio a essa campanha reune um grande número de mensagens. Tonico lembra que não vai se cansar nessa caminhada em defesa dos costumes, tradições e cultura de sua terra. (Vote na nossa enquete ao lado.)

13 comentários:

  1. Concordo que volte, é linda a nossa Basílica toda iluminada, mas com novas instalações, pois as luzes que tinha estava com a intalações comprometidas e pondo em risco a vida de muita gente, poderia até acontecer incêndios, por isso ano passado não deu tempo de por todas, creio que esse ano estejam preparando e dê tempo de colocá-las. Lógico q tem que haver uma programação logo das coisas que serão realizadas na estrutura da festa, é q as luzes só são colocadas próximo ao dia da Bandeira(isso atualmente) pois em anos passados em Agosto já estavm colocando, pois eram muitas coisas pra se realizar, e concordo que seja só na frente da Basílica.

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  2. A primeira vez que eu vi as luzes da Basílica foi por volta de 1954/1955 quando, criança, vim pela primeira vez à cidade de Canindé. Daí pra frente todas as vezes que eu avistava aquela fogueira majestosa, iluminando o nosso universo, uma emoção indescritível se apoderava de mim e, por muitas vezes, chorei emocionado. Hoje chego quase a chorar, mas de saudade das luzes, da tradição e da lembrança da minha infância; Chego quase a chorar, mas de revolta, de impotência para reagir à atitude insana desse insano vigário. O que dizem os superiores desse herege? Comungam com seu desmando? Apóiam essa agressão gratuita ao nosso povo e aos nossos visitantes?
    Registro aqui o meu grito silencioso de repulsa.

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  3. Sou católica e apegada as tradições.
    Acho um absurdo mudarem um sistema que vem de tantos anos. E muitas vezes é modificado por alguém que vem de fora e não conhecimento, nem apego a história de um lugar.Se eu morasse em Canindé levantaria esta bandeira também e o povo deve se juntar a Tonico nessa batalha da luz.
    Parabéns pela postagem
    Um abraço,
    Dalinha

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  4. Esse vigário "surdo" teima em modificar nossa história e costumes. Vem lá da baixa da égua para mudar as cores da igreja e destruir tradições. Enquanto outros seguimentos religiosos crescem a santa igreja católica perde fieis a olhos vistos. Um cidade como Canindé onde as romarias "sustentam" o comércio a prefeitura poderia pelo menos intervir e fazer ouvir a voz do povo.... Esse frei sem freios não instala as luzes por não dar o braço a torcer.

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  5. O movimento iniciado por Tonico a favor das luzinhas da basílica, é também um recado para os jovens de Canindé, que deviam tomar a dianteira de campanhas como essa.

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  6. Realmente, concordo com todos os comentários anteriores. O que mais impressiona, é que ele sabe colocar a boca no microfone e pedir dinheiro aos romeiros , dizendo que é para melhorias na Basílica. Acho que as melhorias estão indo para o bolso dele. E ele nem venha dizer que é por falta de verbas, porque em tempos passados em que as condições eram mais precárias, as luzinhas estavam todas lá!!

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  7. Em 1981, ao lado dos briosos canindeenses Virgílio Cruz Filho e Prof. Fleury Santos, fomos as ruas em defesa da permanencia dos FRANCISCANOS em Canindé, que estavam ameaçados por segmentos contrários.
    Hoje, constrangido, vítima da INGRATIDÃO, saio as ruas buscando suplicar a um VIGÁRIO ODIOSO, VAIDOSO E ESTÚPIDO, que NÃO rasgue mais uma página da nossa história cultural religiosa, que nada tem a vêr com liturgia. (Será que ele sabe diferenciar?)
    Já remeti comunicado ao PAPA e a ARQUIDIOCESE que deram o silencio como resposta.
    Talvez queiram se pronunciar quando eu mandar umas VERDADES QUE CALO DENTRO DE MIM PARA UM MOMENTO OPORTUNO.

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  8. Em 1981, sai as ruas desta mesma Canindé, minha terra natal, ao lado dos valorosos canindeenses Virgílio Cruz Filho e do Prof. Fleury Santos em defesa da PERMANENCIA DOS FRANCISCANOS, que sofriam trope campanha de determinado segmento.
    Hoje, constrangido, saio as ruas para SUPLICAR a um VIGÁRIO ODIENTO E VAIDOSO que tenta rasgar mais uma página da nossa história cultural religiosa.
    Já enviei comunicado ao PAPA e para a ARQUIDIOCESE sem respostas.
    Com certeza, só me responderão quando eu enviar VERDADES QUE GUARDO DENTRO DE MIM PARA UM MOMENTO FINAL.

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  9. Vamos no unir pelas luzinhas da Basílica. Belo post do nosso Pedro Paulo.

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  10. Dizem que o Frei Admar ficou ferozmente contra a volta da luzinhas tradicionais...

    Quem diria... Logo Ele que tanto o defendi de comentários terriveis que desabonavam o hábito franciscano...

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  11. O Tônico deveria ter levado também a Imagem da Estátua de São Francisco que está abadonada pelo poder público. Será que ele só ver a questão das luzes da basílica?

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  12. Muitos que falam nem na igreja pisam, não se comprometem com os movimentos pastorais e alguns nem católicos são. Se apegam a coisas que não levam a mudança de vida e conversão. O seguimento a Jesus Cristo vai muito alem de "luzinhas" ou "cor da igreja". Jesus é a verdadeira luz que da cor a nossa vida e que São Francisco quer que sigamos. Sob as luzes do Espírito Santo, os tempos hoje são outros, as pessoas são outras e o que continua brilhando é o REINO DE DEUS.

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  13. Também queria muito que este recurso visual voltasse a este santuário! É uma forte identidade dessa basílica. E tipo Rio de Janeiro e Cristo Redentor, Não podem ser separados de forma alguma!
    Eu não aprovei e nem aprovo essa atitude tomada pelos coordenadores da paróquia,pois por mais que existam novas formas de se iluminar um prédio ou escultura, é melhor ainda preservar aquilo que já virou tradição de uma população e entidade religiosa !

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