UM TEXTO DE COMÊNIO* SOBRE A
ETERNA INSATISFAÇÃO DO HOMEM
“(...) Com efeito, nesta vida, nunca se consegue encontrar o fim, nem dos nossos desejos nem das nossas tentativas. Para qualquer parte que alguém se volte, conhecerá esta verdade por experiência. Se alguém ama o poder e as riquezas, não encontrará onde saciar a sua fome, ainda que chegue a possuir todo o mundo, o que é evidente pelo exemplo de Alexandre Magno. Se alguém arde com sede de honras, não poderá ter paz ainda que seja adorado por todo o mundo. Se alguém se entrega aos prazeres, embora todos os seus sentidos nadem num mar de delícias, todas as coisas lhe parecem gastas e o seu apetite corre de um objeto para outro. Se alguém aplica a mente ao estudo da sabedoria, nunca encontra o fim, pois, quanto mais coisas uma pessoa sabe, tanto melhor compreende que lhe restam mais para saber. Efetivamente, com toda a razão, Salomão disse: ‘Os olhos não se saciam de ver e os ouvidos têm sempre desejo de escutar.’ (Eclesiastes, I, 8)”
[In: Didáctica Magna.Tratado da Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos. João Amós Coménio. 4.ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1966 – pág. 85.]
*Jan Amos Komensky (em latim, Comenius; em português, Comênio) – 1592-1670 – Professor, cientista e escritor checo, considerado o fundador da Didática Moderna.
Colaboração: Flávio Henrique M. F. Lima
é um conceito bem realista esse afinal a necessidade de possuir sempre algo mais parece mesmo estar incutida na mentalidade humana, quanto mais se tem mais se quer mesmo que não precise, exemplo disso são os nossos intocáveis políticos de primeiro escalão"ganham salários terrivelmente altos,sendo que suas despesas, são pagas com nossos impostos, e mesmo assim sempre que podem aumentam novamente seu ordenado" é engraçado pensar nessa característica da fauna humana, dentre todos os seres que vivem sobre a terra, o homem é o que desde sua juventude, sabe que irá morrer um dia, e que não levara nada, nem sabedoria, nem fama, nem riqueza... sábios eram os índios tratados como preguiçosos pelos portugueses, pois quando o índio perguntou a utilidade do trabalho dos brancos, o europeu respondeu, para enriquecer e deixar para os nossos filhos, já o índio, lhe falou, pois a mesma terra que deu-me o sustento, sustentara meus descendentes no futuro, não sabia ele que a ganância, não permitiria que isso acontecesse.
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